Eu olho para o tudo
Senti tanto e tanto
Vejo passado e futuro
Entre limites bem marcados
Volto-me e vejo o céu
Lindo como da última vez
E sinto que sou integrante
De uma obra grandiosa
De um pintor escultural
Que traço a traço fez arte
Dou um passo e sinto a brisa
Que passa por mim e arrefece
É fria e suave como algodão
Continuo a olhar para as obras
Humanas essas de sua força
Tão grandiosas em pedra e aço
Tão frias e estagnadas em si
Entre rasgos de luz
Volto e olho um mar que brilha
Brilha tão intenso, no seu brilhar
Tanta vontade de tocar sua superfície
Tanta vontade de banhar-me nele
Sentir o sabor de um sal
Que lava tanto mal em seu poder
Que arranca da terra os filhos perdidos
Que transforma em corpo esférico
A rocha mais irregular
Ser de brava virtude
E de temperamento incontrolável
Com sua cor de transparência
Onde choram e gritam tantos seres
Numa virtude de desgraça e descoberta
Que fui impulso para mundos antigos
E túmulo para seus filhos.
H.N
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