sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Minha vontade


Todos achar-me-ão louco
Apontarão o dedo com vontade
Acusar-me-ão de medo
Numa cruel irrealidade 
De quem sabe tudo de mim
De quem sabe o que quero
Parecem conhecer minhas crenças
Até mesmo quem venero
No veneno das escolhas
Na roleta das decisões
Não me balanço constantemente
Entre dois corações
Porque a sociedade crua
Coloca em mim a esperança
E em raiva de crise
Deixam ficar a velha herança 
 Exigem meu sucesso e fortuna
Que seja alguém que nem sei
Se pertenço a esta história 
Ou se assim me anularei 
Não compreendo o porquê
O porquê de tanta exigência 
Quando se procuro ser feliz
Contornando a demência 
Só quero uma vida singela
Sem grandes medos nem confrontos
Mas a vida nunca é assim
Não me venham com esses contos
A necessidade humana
De complicar o horizonte
Faz que a calma desapareça
Secando assim qualquer fonte
Fonte de crença simples
De vida lógica e linear
Sem grandes altos e baixos
Qual barco em alto mar
Que navega á vontade do bravio
Em dia de tormenta louca
Que rouba de mim a lua
E afasta de mim coisa pouca.

H.N

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