terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Cruel Presença


Na tua cruel presença
Sem tom nem cor
Que é razão de não saber
O que me trouxe o amor
Nuns olhos sem expressão
Que já não dizem nada
Está a falta de tudo
Está na prova apagada
Num suspiro sem concreto
Na palavra sem presença
Dita a sorte de um todo
Que se desvai na descrença
É um tudo murmúrio
E um nada desencantado
É um corpo em luta
Num pedir tão desleixado
Na crença do tudo e nada
Na falta de alma em matéria
Num consentimento mútuo 
Que te leva à miséria 
E nessa falta de tudo
Num despido ser de paciência
Que deu a todos e ao mundo
Numa inesquecível coincidência 
Um grito de abandono
De quem morre em ter perdido
Que se desfaz em palidez
Entre belos quadros garridos
Para pintar de cor a solidão
Para cair assim em desespero
Pois não sabes que fazer
Pois sabes que já não te espero!

H.N

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