quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Mendigo


Numa mão estendida
Num pedido da alma
Encontram-se tantas vidas
Sem sustento nem calma
Na pobreza do corpo nu
Que se mantém agarrado a esperança
De um dia algo mudar
De um dia chegar a bonança
Numa voz baixinha e trémula 
Um pedido de coisa qualquer
Numa tentativa do insano
De quem pede um querer
Nuns olhos tão vazios
De bens terrenos e mentais
Que carrega, escondendo sabedoria 
E conhecimentos imperiais
Num choro, na palpitação
Desse coração abandonado
Que pede um pouco de pão
E um abraço apertado
A pobreza do corpo
Não é pior que a do espírito
Pois não permite que evoluas
Deixando esse ser aflito
Pedindo pão ou abraços
Estarás tu sempre ai
Querendo a essa pobreza toda
Um dia colocar-lhe um fim
Que a morte não te leve antes
Desse feito acontecer
Pois ainda querer ver-te
Num novo dia renascer

H.N

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