sábado, 6 de dezembro de 2014

Outros Autores: Peter Pires

Não posso controlar meus pensamentos 
Todos eles se voltam para ti 
Um cheiro, um objecto, uma palavra
Um sorriso parecido com o teu 
Tudo me faz voltar ao passado 
Fazendo-me sentir o que a gente viveu
Respirar o mesmo ar que tu respiravas
Partilhar tuas dores e alegrias 
Ouvir e sentir as doces palavras 
Por ti pronunciadas que me embriagavam 
de felicidade... 

Eu sei que nada é para sempre
Mas em minhas memórias 
Estará sempre presente 
Não tem tempo, nem acontecimento
Capaz de te eliminar do meu pensamento
Poderás estar ausente fisicamente
Mas tua essência, essa continua 
e continuará sempre em minha mente.

Autor: Peter Pires

Outros autores: Peter Pires


domingo, 9 de novembro de 2014

Há pessoas



Há pessoas que se ensinam algo
Há pessoas que passam por ti por uma razão
São essas pessoas que te ensinam
O quão grande é o coração

Há pessoas que nunca mais verás
E pessoas que estarão sempre ao teu lado
Outras que partiram antes do tempo
Deixando teu sentido muito apagado

Sei que há pessoas que são exemplo
E partem antes de qualquer despedida
E são essas pessoas que nunca morrem
E acompanhar-te-ão toda a vida

Há pessoas que no pouco tempo que estiveram
Provocaram mudanças e moveram filosofias
Há pessoas as quais as irei recordar pelas palavras
Que escreveriam as mais belas poesias

E a essas pessoas escrevo estes versos
Simples como o saber que transmitiram
Nunca me esquecerei das suas palavras
E dos mundos que me abriram.

H.N

Não perguntem!

Não me perguntem o porquê
Não me perguntem nada mais
Perguntem sim a razão
O que ela é capaz

Não perguntem mais a mim
Não me perguntem onde vou
Perguntem antes o fim
Ou na verdade aquilo que sou

Não perguntem o caminho
Não perguntem direcções
Perguntem antes ao sentido
Porque maltrata corações

Não me perguntem pela minha luz
Não me perguntem o longor
Perguntem onde ficou o sorriso
A quem entrego o amor

Não me perguntei pelo nome
Não me perguntei mais nada
Penso sentar-me aqui
E amanhecer com a madrugada.

H.N


sábado, 1 de novembro de 2014

Esperar



Esperar!
Esperar pela eternidade
Para quê?
Para sentir teu sentido completo
Num querer sem nome
Num olhar de alma
E entre pétalas de calma
Sentir-me disperso pelo infinito

Olhos nos olhos!
Brilhante e com sentido próprio
De quem olhou a imensidão
Numa mistura de tons e luz
Iluminação de amar!
Com olhos de água
E entre sentidos sem mágoa
Segue quem quer amar

Sonho e te vejo!
Acordo e sei que te encontrarei
Hoje? Amanhã?
Não sei!
Mas olharei para ti como hoje
E sentirei que na plenitude
Consegui guiar minha atitude
Para te conseguir encontrar.
Água, azul e rochedo.

H.N

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Perguntei por ti



Perguntei ao rio nascente por ti
Mas não respondeu, silêncio
Perguntei as pedras do chão
Se teus passos elas sentiram
Mas calaram novamente

Perguntei ao norte se é guia
Dos teus passos que te levam
Para longe, cada noite, cada dia
E que me afastam e negam

Cansei de perguntar por todo lado
Não me falam de ti, nem de nada
Só o silêncio ficou, só silêncio
Entre farrapos que os levam o vento
E nem um sinal de ti

Mas o vento que aparece de repente
Sussurra algo, murmura ao meu ouvido
Trazendo teu perfume no seu ventre
Mostrando-me que não estás perdido

Já tenho notícias de ti, sei onde vás
E te encontrarei pelo caminho
Para te mostrar que sou capaz
De transformar o medo em carinho.

H.N.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Ela



Ela, que se move entre as sombras
Com seu andar leve sem sonoridade
A meia-luz seu semblante é secreto
E ninguém sabe quem ela é na verdade

É mistério sua forma de viver
Vestida de negro e cetim bordado
Cada dimensão da sua voz é passada
Num sentido de harmonia e saber

Seu cantar enquanto sentada espera o futuro
Embala a vontade de dançar em plena rua
E seu olhar profundo de mistério envolvido
Faz que com inveja esteja a mesma lua

Suas mãos pálidas e finas, de suavidade intensa
Seu sorriso rápido e subtil mostra-se sereno
Entre seu caminho tudo parece pequeno
Impedi-la de continuar é grande ofensa

Ela será obra de uma imaginação, de um sonho
Ou será a realidade da personificação angelical
Enquanto desaparece pode sentir-se o medo
De não voltar a sentir sua capacidade musical.


H.N.

domingo, 26 de outubro de 2014

Ambição



Ambição, faca de dois gumes
A poção que te mata lentamente
Ao combustível que impulsiona a criatividade
Num equilíbrio improvável e demente

Semente que cresce na alma
E alimenta ideias e objectivos
Mantendo na linha recta do final
Mantendo-nos plenamente vivos

Mas no descontrolo pode encontrar
Solo fértil para criar maldade
Sem limites nem regras que a limitem
Pode transformar em falso a verdade

Sem saber podemos cair
Na lama escura e sombria
Que usa qualquer meio para os fins
Sem seguir qualquer crença ou ideologia

Por isso controlar a ambição
É um objectivo primário a ter
Para poder usar sua força
Sem nela mesmo se perder.


H.N.

domingo, 14 de setembro de 2014

Sou

Sou insano, sou profano, talvez louco
Sou descrente, sou ausente na lonjura
Podendo ser o bem para amar alguém 
Sem temer em medos a desventura 

Não sou quem poderia ser
Não sou quem querem que seja
Não quem esta terra deseja
Mas sim o que ela precisa de ter

Não obedeço a regras, não sou comum
Não aceito rótulos nem modelos
Tento ser o equilíbrio, linha cinzenta
Extremos, não quero conhecê-los 

Entre o branco e o preto
Ao meio se esconde a virtude
Tentando evitar os males de quem se ilude
E não se apegando ao sentido obsoleto

Não quero ser mais um no mundo
Não quero ser a desigualdade 
Quero ter meu próprio brilho
Quero apenas ser eu na verdade.

H.N



quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Amor sem dimensão


Amor, meu amor, nem a lonjura
Fará que desmereça este incêndio
Que me mantém em movimento
E faz que sempre chegue a ti

Amor, meu sentido querer
No seu poder sem dimensão
Qual relâmpago que cai
E desperta de novo o coração

És sorriso em meu rosto
És aconchego e porto seguro
Onde deixo cair meus medos
Onde posso chorar meus erros

Sentido amplo e compartilhado
Que não teme a lonjura
É banhado de companheirismo
E pitadas de leveza em loucura

Tão intenso, tão nosso
Quando os olhares se tocam
E revelas a luz ao mundo
Dando a conhecer nosso real amor.

H.N

domingo, 27 de julho de 2014

Sou e não sou!


Sou insano, sou profano, talvez louco
Sou descrente, sou ausente na lonjura
Podendo ser o bem para amar alguém 
Sem temer em medos a desventura 

Não sou quem poderia ser
Não sou quem querem que seja
Não quem esta terra deseja
Mas sim o que ela precisa de ter

Não obedeço a regras, não sou comum
Não aceito rótulos nem modelos
Tento ser o equilíbrio, linha cinzenta
Extremos não quero conhecê-los 

Entre o branco e o preto
Ao meio se esconde a virtude
Tentando evitar os males de quem se ilude
E não se apegando ao sentido obsoleto

Não quero ser mais um no mundo
Não quero ser a desigualdade 
Quero ter meu próprio brilho
Quero apenas ser eu na verdade

H.N

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Bombas!!


Bombas caem vinda do nada
Os gritos, a dor chamam a morte
Caem corpos dilacerados sem alma
Nada já se sente no horror da madrugada
E cada som é mais presente e forte
Já nem sabem onde encontrar a alma

Cada som, tanto medo de estar
Em cada movimento um presságio do fim
Não importa idade nem crença presente
Entre os passos que teimam em se calar
Na sentença cruel de estar assim
Sem saber o que se pensa ou se sente

Cada morte, uma maldição
Cada corpo caído, tristeza e amargura
Rostos desconhecidos espalhados pelo chão
Penteiam as teias longas da loucura
Maldade pura sem alma nem coração

Outros dilacerados, mutilados fisicamente
Pensam se é sorte ou verdadeiro azar
A sobrevivência incompleta e inocente 
Num sentido de final de naufragar
Sem vontades de seguir em frente

Estes são os vestígios da guerra
Morte ou horrenda sobrevivência
Mutilação, desolação e abandono
Tudo isto numa arma se encerra
Não é tecnologia ou avançada ciência
É maldade pura com rosto e com dono.

H.N

segunda-feira, 21 de julho de 2014

De mim


Mar, ao longe mar, nesse teu mar
Num perpétuo sabor de sal
Que faz de mim quem sou
Onde me reflicto ao luar

Monte, altivo monte, imenso monte
Nas tuas encostas carpeadas 
Encontro os penhascos da alma
E do espírito a altiva fonte

Flor, bela flor, intensa essa cor de flor
Que é ouro de natural crescimento
Alimentando a inspiração da mente
E se manifestando qual prenúncio do amor

Gota de água, pequena gota de água
No teu cair banhas o mundo
Num sentir que lava a dor imensa
E remove do sentido a mágoa

H.N

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Entre cortados receios

Há noites que são vazias
Há dias que são tão cheios
De almas secas sem vida
Numa alusão de despedida
Entre cortados receios
De livres e simples poesias

Há tanta vida na morte
Quanta morte teme a vida
E sempre será esse o norte
No qual se encontra minha sorte
De manipulações revestida

São tortas as linhas que escrevo
São longos os caminhos a seguir
Neste concreto desejo
De encontrar um dia um beijo
Que me faça deixar de pedir
Mais sorte ao verde trevo


Na sequia das horas passantes
Que não são marcas de quem sou
Vejo já tantos navegantes
Que morrem entre despidos amantes
Mas ainda sei onde vou.

H.N


quarta-feira, 16 de julho de 2014

Mortes entre guerras de amor

Entre relações complicadas
Entre o lápis e o papel
É uma paixão arrebatadora
Que lhes arranca a pele

Entre a linha do amor e do ódio
Equilíbrio que só eles entendem
Rompem as roupas visceralmente
Encontrar-se eles pretendem

No correr do sangue quente
E no bater dos corações
Desgarram vontades de possessão
Entre contorcidas convulsões

Respiração já sem foco
Entrega quase inalcançável
Será tudo isto a magia
Do sentimento quase improvável

Mortes entre guerras de amor
Corpos desfeitos por paixão
Cravam suas garras na terra
Para acabar com a razão.

H.N





terça-feira, 15 de julho de 2014

Noites sem dormir

Meu amor, minha vida
Minha almofada querida
Meu amor, minha paixão
Minha caixa de cartão

São os amores deste mundo
Bagagem de viagem sem fim
Que fazem os pedaços do tempo
Que compões quadro em mim

São os queres sem fronteira
São as noites sem dormir
A pensar na baboseira
Que te deixa a sorrir

Entre pensamentos vagos
Rostos alvos, sentidos cheios
Que são demonstração da força
Do teu intitulado recheio

Nuvens que correm os seus
Olhos que são o infinito
Suspiros que te levam a lonjura
Do seu beijo nunca descrito.

H.N.


sexta-feira, 11 de julho de 2014

Feitos de espuma

Somos todos feitos de espuma
Essa, tão leve e fugaz
Numa passagem, leveza
Num amontoar de bruma
Que inunda a praia, capaz
Na mais perfeita riqueza.

Somos feitos de pó da estrada
Esse, tão leve e permanente
Na terra batida dos pés desarmados
Onde em cada nova madrugada
Num sujar de corpos inclemente
Onde se encontram corpos enlaçados

Somos todos feitos de vento
Na inconstância da serrania
Onde tudo cresce em seu balanço 
E perde a cada movimento
Mais um pouco de melancolia
E todo o seu descanso.

H.N.


quinta-feira, 10 de julho de 2014

Imensidão heterogenia


Para que homogeneizar a diversidade?
Para que padronizar o infinito
Num sentido inumano e aflito
De entorpecer a realidade.

Para quê tanta falta de amor?
Para quê tanto julgamento indiscriminado
É assim que te sentes amado?
Ou apenas te satisfaz a desgraça e a dor

Porque não procurar a felicidade plena?
Em vez de julgar a vida alheia
Não deixes esvaziar teu relógio de areia
Torna-te no vento uma pena

Tenta encontrar o melhor de ti
Tenta saber quem és, que queres
E segue pela luz para não perderes
Mas senão quiseres fica aqui

Pois tantos já se perderam na infeliz ideia
De culpar o mundo e a gente da sua tristeza
Sem se perceberem que eles eram a pobreza
Que a imensidão heterogenia e vasta odeia.

H.N

quarta-feira, 9 de julho de 2014

És uma chata!


És uma chata, sei que sim
Falas, resmungas e praguejas
Mas sei que sem mim não vives
E a minha companhia desejas

Sei que sou chato, pois sou
Estou sempre a contrariar
Mas é a maneira de te dizer
Estarei sempre aqui a acompanhar

Somos dois chatos, dois falantes
Somos tão loucos na nossa razão
Somos completos na plenitude
Plenos de alma e coração

Somos crianças tantas vezes
Mas na seriedade somos fundamento
Rimos de nós, das nossas tolices
Mantemos levantado nosso alento

Pode parecer tudo tolice
Podem pensar que estamos loucos
Mas todos sabem em certeza
Que como nós existem poucos.

H.N

terça-feira, 8 de julho de 2014

Sonho de volta


Inclinado a tua beira
Dou por mim a pensar
Na vida de outra maneira
E começo logo a sonhar

Teu perfume me leva longe
Onde nunca foi, mas sei
Que se lá tivesse ido
Saberiam que não amei

Foi ao mar mais bravio
Em navios de madeira e sal
E em porto de obscuridade sombria
Encontrei as águas de Portugal

No teu toque foi mais longe
Vi um mundo tão quadrado
E percebi que nesse mundo
Não estarias ao meu lado

Então voltei a mim
Para aproveitar a presença
Colocado assim um fim
A um sonho já sem crença.

H.N


segunda-feira, 7 de julho de 2014

Sentido descritivo de amar

Numa noite a meia-luz
Penso em ti, penso em nos
E a saudade faz-se maior
E entre o sentido de ti
Compreendo a importância do que sinto
E assim tudo parece fluir
Pois o amor é intensidade
E a paixão é um incêndio
E numa junção perfeita
Estão os teus olhos brilhantes
Que são jóias do meu sentido
Tochas que iluminam a escuridão
Que se desvai e não retorna
Esse que já viveu em mim
Esse que já foi meu viver
Mas agora estas aqui
Para tocar minha mão
E inundar de certezas os sentidos
Teu perfume é o guia
Em aroma dançante
Que me faz viajar ao sabor
E faz percorrer teu corpo
Sem nem sequer o tocar
Para perder-me em respirações
Que movimentam meu corpo
Que me fazem mais teu
E assim amar-te para sempre
Neste sentido descritivo.

H.N

domingo, 6 de julho de 2014

Acção e erro

A tanta certeza tão incerta
Tanto erro que é o certo
Num mundo sem regras
Que ainda não foi descoberto

A tanta acção tão válida 
Unicamente pela sua intenção
Que não gera um real valor
Mas que ao mundo trás mas calor
Numa sentida e persistente canção

A tanta porta que se fecha
Para que as janelas se abram em flor
A tanto dar que trás alegria
Numa procura da entropia
Sem mágoa nem rancor

A vida tem destas coisas
Numa incompreensível compreensão
Onde tudo dá cada volta
Numa tumultuosa acção
Que faz esquecer revolta
Que nos enegrece o coração.

H.N



sexta-feira, 4 de julho de 2014

Bordar vida


A vida é um bordar detalhado
Cada ponto, uma acção
Que vai completando a teia
Num emaranhado de acontecimentos
Que são a toalha do coração
Entre decorados sentimentos

Cada ponto mal dado, um erro
Cada desfazer, uma experiência
Cada picada, uma dor latente
Que faz a vida ter coerência
Num seguimento contínuo e presente

Ponto trás ponto é bordado
A sorte da gente, seu caminho
Por onde nem sempre vás sozinho
Mas quem borda essa toalha és tu
E nada pode alterar os pontos que dás

Um bordar que nunca para
Um trabalho sem fim marcado
Muitos bordados se encontraram na vida
Por isso não te sintas abandonado
Pois nunca ninguém borda sozinho
Sua toalha de emaranhadas histórias.

H.N




terça-feira, 1 de julho de 2014

Nuvens de tempestade



Nuvens de tempestade que correm céus
Que numa viagem de desaparecimento
Percorrem quilómetros, milhas, léguas
Num percorrer sem desalento

São o algodão da imensa altitude
Por onde se perde a vista ao terrestre
Sendo que sua desintegração em liquido
Faz em vida florir e crescer o silvestre

São as nuvens mais brancas os cinzentas
São as nuvens, maiores ou as fugazes
Sãs as nuvens mais belas, as mais frias
Que me levam a imaginar pinturas celestes
De azul tela e branca coloração

São essas, nuvens de sentido seguir
Que fazem chover sobre mim as gotas
Que lavam meu rosto e meu corpo
Limpando os males da alma e do ser
Num sentido pleno de comunhão.

H.N

domingo, 29 de junho de 2014

Desamor

Ninguém morre de desamor
Por mais que nos arranque a alma
Por mais que a dor seja acutilante
E torne em cinzas a calma
Numa forma de estar dilacerante

Dói tanto, dói por tempos
Mas passa, tudo passa neste caminho
Que seguimos entre desencontros
E a cada batalha perdida, conhecimento
A cada dor, mais sabedoria adquirida

As recordações dos desamores pesam
O abandono é maior e mais sentido
Mas não é eterno, não pode ser
Não podemos assim nos deixar perder
Por um nada que muito quis ser
E nem chegou a florescer

Muitas perguntas ficam por responder
Muitas coisas por dizer, calamos
Porquê? Nem sei bem!
Mas seguir em frente é caminho
E não estarás assim tão sozinho
Encontrando sempre alguém


O abandono não é forma de viver
Só podes levantar e sacudir o pó
E preparar-se para errar novamente
Pois só quem está preparada para errar
Consegue de novo amar
E entregar-se plenamente

Entre as sombras lutarás pelo sol
E amarás uma e outra vez
Não há que ter medo ao amor
Mas sim à tristeza e desolação
Que invade em negrura o coração
De quem se fecha em rancor

Entrega quantas vezes for preciso
E a recompensa será recebida
Pois só em pleno quem não se nega a amar
Enquanto caminha por esta vida.

H.N


sábado, 28 de junho de 2014

Tormenta


A tormenta que em ventos e chuva
Embala a incerteza e a desolação
Nunca abandona por completo
A voz de quem desgarra a alma
Expondo seu sentido completo
Numa perfumada sentença

Assim é a lonjura de estar aqui
Assim é a tempestade em mar agreste
Que afronto a dor por fim
Espalhando pelo mundo a peste

Uma peste de dor física
Mas que apodrece a alma e o sentir
Uma crua sensação de estar em frio
Uma avultosa persistência de viver
Que já não tem nome de chamar
Nem migalhas de prazer

E assim chovem cântaros de abandono
Numa cair de penhasco profundo
Enquanto te invade o incapaz sono
Neste letárgico e entorpecido mundo 

H.N

domingo, 8 de junho de 2014

De Volta


Ola caros amigos, após um tempo sem publicar cá estarei de novo. Espero que gostem e acompanhem estes segredos. :)

Castanho


Sou feito de mar e vento
De poesia e sentimento
Da salgada areia deste mar
Da claridade que emana o luar
Sou pluma que cai do céu
Sou como a neblina um véu
De um corpo de tempestade
Entre gotas de irrealidade
Que correm do rio até à foz
Para desfazer-se em voz
Que me chama lentamente
E me fala qual demente
De histórias que não sei
De algo que nem aceitei
Mas assim sou eu em lume
Que arde até ao cume
E à noite encontro inspiração
Que qual crente religião
Enche meu ser de esperança
E de artes da velha herança
E em força continuo a olhar
Com olhos de horizonte e mar
Tudo o que está à minha volta
Sem sentido ingrato de revolta
E sinto que enconro a comunhão
Desfulhando flores na imensidão
Sentado no alto do monte
Enquanto os pássaros bebem na fonte
E continuo neste meu sentido estranho
De viver neste mundo castanho.

H.N