sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Minha vontade


Todos achar-me-ão louco
Apontarão o dedo com vontade
Acusar-me-ão de medo
Numa cruel irrealidade 
De quem sabe tudo de mim
De quem sabe o que quero
Parecem conhecer minhas crenças
Até mesmo quem venero
No veneno das escolhas
Na roleta das decisões
Não me balanço constantemente
Entre dois corações
Porque a sociedade crua
Coloca em mim a esperança
E em raiva de crise
Deixam ficar a velha herança 
 Exigem meu sucesso e fortuna
Que seja alguém que nem sei
Se pertenço a esta história 
Ou se assim me anularei 
Não compreendo o porquê
O porquê de tanta exigência 
Quando se procuro ser feliz
Contornando a demência 
Só quero uma vida singela
Sem grandes medos nem confrontos
Mas a vida nunca é assim
Não me venham com esses contos
A necessidade humana
De complicar o horizonte
Faz que a calma desapareça
Secando assim qualquer fonte
Fonte de crença simples
De vida lógica e linear
Sem grandes altos e baixos
Qual barco em alto mar
Que navega á vontade do bravio
Em dia de tormenta louca
Que rouba de mim a lua
E afasta de mim coisa pouca.

H.N

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Grandes obras de poesia cantadas: Não há só tangos em Paris


Beijei teu retrato, esborratou-se a tinta,
Num corpo abstracto que a saudade pinta...
E a esquadrinhar teus traços já dei por mim louca:
diz-me lá, picasso, onde ele tem a boca?

Esse teu retrato vou expô-lo em paris,
Já usado e gasto ver se alguém me diz
Onde é que te encontro, se não te perdi...

Por te ter chorado desfiz o meu rosto
E num triste fado encontrei encosto.
Dei-me a outros braços mas nada que preste...
diz-me lá, picasso, que amor é este?

Esse meu retrato vou expô-lo em paris,
E assim ao teu lado eu hei-de ser feliz.
Se nunca te enconto nunca te perdi.
Sei...
Não há só tangos em paris, e nos fados que vivi
Só te encontro em estilhaços

Pois bem.
Tão certa, espero por ti.
Se com um beijo te desfiz,
Com um beijo te refaço!

Pedro Da Silva Martins

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Muros


Destino só tu!
Que brincas com a vontade
Entre escolhas incertas
E pedaços de ansiedade 

Que num brilho de sol
Fazes parecer que há futuro
Mas depois na chuva
Despes de tudo os muros 

Muros de lembranças
E de vidas cruzadas
Que formam parte de um todo
Em tuas cruas madrugadas

Num cruzar de ideias
Num cruzar de opiniões
Todos acham saber que fazer
Todos têm suas ilusões

Acham que uma má escolha
Alterara o rumo da sentença 
Mas esquecem que em ti
É que vivem as reais crenças

Esquecem o potencial em acção
Que faz mover o mundo
Evitando que em rancor
Tudo vá bater ao fundo

E não compreendem 
Que és tu o regente
Que mascaras a sorte
E te escondes no presente.

H.N


Entre tudo


Entre teu nome e o mar
Está a imensidão de pedir
Um novo sentido ao tudo
Da terra por onde vou seguir

Entre a lua e o sol
A beleza desse fim
Que se desvanece em idolatrar 
E que te traz sempre a mim

Entre meus lábios e os teus
Fica a região do norte
Que se apresenta cruel
Entre a sangue e a morte

Entre a vontade e a acção
Ficam palavras jogadas ao vento
Que se desfazem em partículas
Dispersado em tormento

Entre a minha crença e teu dogma
Fica a Terra Santa do Ateu
Onde te fazes espuma
E te sinto mais meu

Entre o meu querer e amar
Está a tua vontade 
Que faz chorar minha alma
Num gritar de saudade

Entre o meu sonho e o teu
Está a criação tão bela
Que sem me aperceber
Fiquei apegado a ela!

H.N

Rabisco


Esses riscos em papel
Que dizem expressar quem és
Faz pensar na simplicidade
Do que escrevo e tu lês
Nuns rabiscos a pulso firme
Que mascaram a imensidão
É tudo o que tenho agora
Para apaziguar meu coração
Não sei se o lápis te pertence
E faz parte do teu ser
Mas essas letras tão simples
Não me farão esquecer
Esquecer que és tu
Toda minha inspiração
E nesta escrita tão louca
Que sai da cabeça e do coração
Que entre palavras tortas
E os erros do costume
É fogo aceso no inverno
Que mostra o brilho do lume
São esses teus riscos
Que me fazem ver os olhos
Que se mostra para mim
E fazem pensar que a beleza
Nunca tem um fim
São os teus pensamentos
Que mascaram em papiro
Que me fazem não querer
Acabar tudo com um tiro
Trágico, tão trágico!
Assim sou eu em alma
Mas são esses teus riscos
Que me trazem a calma.

H.N

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Desafio: Complete o poema I

Se a vida fosse _________
E a morte ___________
Eu queria ser ________
Para _____________

Se a vontade _________
E a crença ________
Eu voltaria _____________
Para ________________

Numa vontade de _______
Um _______________
Eu tento ____________
Mas parece ser impossível 

Já te encontrei _________
E te perdi ____________
Passo _____________
Perdendo-me na madrugada 


Controvérsia


E nesta controvérsia
Tão controvérsia de si
Ponho a pensar em tudo
E nem sei se estou aqui

Num controverso querer
E em polémicas de pedir
És tu que tudo moldas
Quando eu tento fugir

Numa disputa sem igual 
A controvérsia se instala
E quem sabe manter-se firme
E em força tanto cala

Cala para não despertar
Tal controverso sentir
De um dia ter ficado
E agora estar a fingir

Fingir que não entende
Que a controvérsia se instalou
Por palavras mal ditas
Que alguém espalhou

Espalhou e deitou ao vento
Provocando um alvoroço
Dando ao controverso viver
Um carácter mais teimoso.

H.N



Questões e dúvidas



Não sei o que fazer
Tantas questões, tanta dúvida
Que enevoam a razão
Não sei se pensar em ti
Ou se seguir pela ilusão
Que me criou o futuro

Já não sei qual escolher
A estrada aventureira 
Ou a estrada mais insegura
Que pouco a pouco
Me está a levar a loucura 
Sem noções de calma 

De um calmo pensar
Não tão calmo fluir
Que me está a matar
Que me está a mentir

Mentiras loucas em rancor
De quem deixa as escolhas
Entregues ao amor
Caído entre as folhas

Folhas de outono em inverno
Onde descubro que a vida
Pode virar um inferno
De coisas boas despidas

Apenas por uma única dúvida
De ir ou de ficar
Mas eu manterei minha vida
Debaixo desse luar!

H.N

Cruel Presença


Na tua cruel presença
Sem tom nem cor
Que é razão de não saber
O que me trouxe o amor
Nuns olhos sem expressão
Que já não dizem nada
Está a falta de tudo
Está na prova apagada
Num suspiro sem concreto
Na palavra sem presença
Dita a sorte de um todo
Que se desvai na descrença
É um tudo murmúrio
E um nada desencantado
É um corpo em luta
Num pedir tão desleixado
Na crença do tudo e nada
Na falta de alma em matéria
Num consentimento mútuo 
Que te leva à miséria 
E nessa falta de tudo
Num despido ser de paciência
Que deu a todos e ao mundo
Numa inesquecível coincidência 
Um grito de abandono
De quem morre em ter perdido
Que se desfaz em palidez
Entre belos quadros garridos
Para pintar de cor a solidão
Para cair assim em desespero
Pois não sabes que fazer
Pois sabes que já não te espero!

H.N

domingo, 26 de janeiro de 2014

Sino que toca


O toque do sino louco
Que toca sem parar 
Uma melodia maldita
Que me quer matar
Toca de forma incessante 
É penosa sua vontade
Num tocar que nunca cala
Distorcendo a realidade
Toca um sino, toca outro
Nesse som tão afinado
Que faz fugir o mundo
E deixar abandonado
O sentenciado vivente
Que ouve sem parar
O tocar daquele sino
Que teima em não calar
Quem o cala eu não sei
Mas não o quero ouvir
Esse barulho de metal
Que me tenta afligir
Toca uma e outra vez
Num balançar descontrolado
Para deixar-me perdido
Ou um pouco atordoado
Já não sei se toca
Ou se está na minha cabeça
Esse som tão inconstante
Com que minha alma tropeça.

H.N


Loucamente

Loucamente, eu me encontrarei
Loucamente já nem sei bem
E nesta loucura de mim
Que chamo teu nome

Impulsivamente, já não seguirei!
Impulsivamente encontrar-me-ei 
Numa rua, numa vida
Que pode já não ser minha

Penitentemente escolherei seguir
Penitentemente saber fugir
De ti e dessa vontade
De ficar estagnado no tempo

Claramente já sei
Claramente mais ninguém
Me manterá limitado
Por vontades desprendidas

Tristemente não consigo
Tristemente estar contigo
Sem pensar no que fomos
Sem pensar no que ficou

Altivamente deixo tudo
Altivamente fico mudo
E deixo seguir os pedaços
Que não são nada em mim.

H.N



Sentido de amor


No calor desta paixão
Entregue a este desejo
Eu encontro nas palavras
O sabor desse teu beijo
Na realidade do toque
Da tua mão na minha
Faz querer tornar imenso
O que o teu olhar adivinha
O perfume de dois corpos
Cruzados numa união
De amor e sentimento
Que sai do coração
Nesse beijo que queima
Minha pele em sensações
Sensações diversas
De um sentido imenso
De não querer que vás
Pois sempre em ti penso
Não esqueço teu olhar
Tão profundo em beleza
Estarei aqui para sempre
Podes ter a certeza!
Esse teu rir
Esse teu suspirar
Num querer que me mata
Ao ouvir-te falar
Pode ser loucura
Ou mania qualquer
Mas não saio daqui
Para não te perder.

H.N

sábado, 25 de janeiro de 2014

Querer fugir

Sentença de ficar
Perdido, nem sei bem
Querer eu fugir
Sem conhecer mais ninguém
Refúgio da esperança
Forte de desventura
Encontro-me na liderança
Dos reinados da lonjura
Numa prece sem razão
Numa história sem final
Tormentosa solidão
Que me é tão desigual
Pobre crença de tantos
Num perfeito amar de poucos
Que nunca se conheceram
Pois se sentem loucos
Não são mais rostos
São rochas escavadas
Que se mostram pela vida
Que demarcam está estrada
Numa sórdida coincidência
Que ultrapassa o relevante
Não compreendem o que digo
Acham tudo enervante
Contemporânea convivência
Sem sentido de saber
Num passar de sorte e ciência
Num constante reviver
De perfumes e odores
Que percorrem todo lado
Onde estamos já não sei
Mas me encontro acabado.

H.N

Vidro baço


Um vidro baço
Numa noite escura
O teu olhar demonstra
Que penteias a loucura
No frio do quarto
Entre lençóis perdido 
Está o teu corpo
Pelo meu olhar despido
No calor do abraço
Na hora que passa
Vou em ti me perder
Abandonar minha casa
No toque mais suave 
Que tudo faz mudar
Quero beijar as palavras
E dar-te o luar
Na perfeita pintura
Que cobre a parede
Encontro cada parte de ti
Numa tecida rede
Que torna cada detalhe
Mais belo e complexo
Numa obra sem fim
Que me deixa perplexo
Navego pelo teu corpo
Percorro teu amar
Para num breve prazer
Pedir-te assim para ficar
Nesse sorriso brilhante
Que como lua no escuro
Ilumina a minha vida
E faz pensar no futuro!

H.N

Jogada


Na jogada da noite
A tacada final
Para falar a verdade
Esperando o teu mal
Na meia-luz da roleta 
Na ficha escondida
Numa cartada de sorte
Numa alma vencida
Uma carta sem rosto
Uma sentença de jogada
Na viciante companhia
Que prolonga a madrugada
Jogos de amor e sorte
De sentença e dinheiro
Não podes fugir ao julgamento
De quereres ser o primeiro
Que numa única tacada
Arrecada as fichas do jogo
E num toque de simplicidade
Transforma a calma em fogo
No poker onde apostas
E na sorte vens e entregas
A alma por coisa qualquer
Oscilando na morte que renegas
Entre a sorte e o azar
Uma linha tão fina
Entregas os cobres em mão
Numa qualquer esquina
Neste edifício de vícios
Perdes teu nome e teu futuro
Colocas tudo a perder
Deixas-te cair inseguro 

H.N

Grandes obras de poesia cantadas: Rosa Sangue


Ninguém te vai parar, perguntar...
Fazer saber... Porquê?

Vais ter de te oferecer,
E entender, o que fará viver?

Vê, não basta ir, voar, seguir,
O cerco ao fim,
Aperta, trai, morde, engana a sorte, cai,
Não lembra de ti...

É só o amor desfeito,
Rosa sangue ao peito,
Lágrima que deito,
Sem voltar atrás!

Cresce e contamina
Tolhe a luz à vida,
Que afinal ensina, quebra,
Dobra a dor e entrega amor sincero.

Honra tanto esmero, cala o desespero,
É simples, tudo o que é da vida herdou sentido,
Tem-te se for tido, sabe ser vivido,
Fala-te ao ouvido e nasces tu...


Ninguém te vai parar, perguntar...
Fazer saber... Porquê?

Por isso vê, não basta ir, voar, seguir,
O cerco ao fim,
Aperta, trai, morde, engana a sorte, cai,
Não lembra de ti...

É só o amor desfeito,
Rosa sangue ao peito,
Lágrima que deito,
Sem voltar atrás!

Cresce e contamina
Tolhe a luz à vida,
Que afinal ensina, quebra,
Dobra a dor e entrega amor sincero.

Honra tanto esmero, cala o desespero,
É simples, tudo o que é da vida herdou sentido,
Tem-te se for tido, sabe ser vivido,
Fala-te ao ouvido e nasces tu...

Jorge Cruz / Tiago Dias

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Grandes obras de poesia cantadas: Naufrágio



Pus o meu Sonho no navio
E o navio em cima do Mar
Depois abri o Mar com as mãos
Com as mão para o meu sonho
Naufragar.

Minhas mãos ainda estão molhadas
Do azul, do azul das ondas
Entreabertas.

E a cor que escorre dos meus dedos
Colore as areias desertas.

O vento vem
Vindo de longe
A noite se curva de frio

Debaixo da água
Vai morrendo o meu sonho
Vai morrendo dentro do navio

Chorarei, quanto for preciso,
Para fazer com que o mar cresça
E o meu navio chegue ao fundo
E o meu sonho
Desapareça.

Cecília Meireles 

Altura


Do alto da neve
Do frio mais profundo
No ar tão rarefeito
Onde enfrento o mundo
Num cume, no alto
Onde tudo é imensidão
Tento encontrar-me, perder-me
Transformar de vez a solidão
Na rocha mais dura
Na nevoa mais branca
Tento encontrar respostas
A resposta breve e franca
Na mais alta forma de vida
Que cresce tão perto do sol
Eu encontro-me com a luz
Que me prende qual anzol
Que pescou no deslumbre 
Do mais belo e infinito horizonte
Que se desvela tão simples
Que não haverá quem o conte
Tanta pureza e simplicidade
Numa tela de realidade
Na imensa diversidade de vida
Numa luta de mortalidade
Tanto cruzamento e relevo 
Tanto elemento confinado
Descobrindo que por este mundo
Eu ando apaixonado
Pelas coisas simples que vi
Nas alturas desse monte
Que venha a luta do dia
Que venha a sina e me afronte.

H.N

Condor



Nas asas do condor
Que voa alto, tão alto
Cruzando a imensidão
Que se mostra em sobressalto
Numa envergadura celeste
Sua soberania sobre a terra
Num misticismo xamânico
Que sua vontade encerra
Dos altos picos ao mar
Do gelo ao calor
Essa ave que voa longe
Dançando ao sabor
Das correntes de ar
Que são convergência e divergência
Que transformas as encostas
Por onde vivem com prudência
Tantos seres diversificados
Parte de um ecossistema
Que se debate num reinado
Sem disputa nem dilema
Ave do alto da serra
Que governas nesse voar
Baixa desse teu céu
E vêm a terra pousar
Dos Páramos andinos és filha
Não á envergadura maior
Os indígenas destas terras
Cantam ao teu louvor
És inspiração de tantos
Nessas alturas tão imensas
Não sabemos com te reges
Nem sabemos como pensas


H.N

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Morte


Morte tão sorrateira
Vens e levas em ti
A vida, breve, derradeira
Que já não se encontra aqui
Não poupas novos nem velhos
Nem os ricos podem comprar
A vida eterna não existe
Todas vireis em fim buscar
Tua vontade ninguém quer
Poucos te chamam antes da hora
A quem nunca queira que chegues
Mas sempre chegas sem demora
Ceifas de um sopro a imensidão
Com a rapidez de uma lança
Ninguém denota tua chegada
És por vezes sinal de vingança
Deixas perdida tanta gente
Num abandono de tal chorar
Não tens piedade de quem fica
Nem de quem não quer ficar
Nem a cor nem os elos
Fazem que pares ou detenhas
Levas de formas diversas
A tua função bem empenhas
Chegas em solidão
Ou em quantidade insensata 
Tantos morreram abandonados
Ou na guerra que desata
A dar-te a ti trabalho
Levando tantos de monte
Nessa altura o escoar das almas
É do céu uma fonte.

H.N

Não toca


A revolta que me atinge
Na vontade de gritar
Faz crescer sensações 
De querer abandonar
Cansado da espera
De um telefone que não toca
De um email que não chega
 A esta infernal engenhoca
Passa hora, passa outra
Nem uma resposta sequer
Nem um email de negação
Nem um toque qualquer
Nesta espera que me mata
Fico sentado a pensar
Será que vale tanta espera
Ou é melhor nem esperar
Ficamos presos a espectativa 
Que algo venha a acontecer
Era tão bom uma resposta
Para minha vontade renascer
Num canto, sentado, despido
De vontade e de esperança
Não há respostas à tanto tempo
Onde andará a abonança
Quero que tudo mude
Quero que toques de uma vez
Será que não recebes minha chamada
Ou são os emails que não lês.

H.N

Grandes obras de poesia cantadas: Canção de Madrugar



De linho te vesti
De nardos te enfeitei
Amor que nunca vi
Mas sei...

Sei dos teus olhos acesos na noite
Sinais de bem despertar
Sei dos teus braços abertos a todos
Que morrem devagar
Sei meu amor inventado que um dia
Teu corpo pode acender
Uma fogueira de sol e de furia
Que nos verá nascer

Irei beber em ti
O vinho que pisei
O fel do que sofri
E dei... dei...

Dei do meu corpo o chicote de força
Razei meus olhos com água
Dei do meu sangue uma espada de raiva
E uma lança de magua
Dei do meu sonho uma corda de insonias
Cravei meus braços com setas
Descubri rosas alarguei cidades
E construi poetas

E nunca, nunca te encontrei
Na estrada do que fiz
Amor que não lucrei
Mas quis... quis...

Sei meu amor inventado que um dia
Teu corpo há-de acender
Uma fogueira de sol e de furia
Que nos verá nascer

Entao nem choros, nem medos, nem uivos, nem gritos, nem...
pedras, nem facas, nem fomes, nem secas, nem...
feras, nem ferros, nem farpas, nem farças, nem...
forcas, nem gardos, nem dardos, nem guerras, nem...
choros, nem medos, nem uivos, nem gritos, nem...
pedras, nem facas, nem fomes, nem secas, nem...
feras, nem ferros, nem farpas, nem farças, nem mal...

Ary dos Santos

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Desafio: Complete o poema

Desafio é uma nova temática deste blog, aqui desafio os meus leitores a completarem o poema apresentado. Espero que participem!


Se a minha alma fosse luz
Que penetra-se pela ______
Eu percorreria teu olhar
Como uma estreita _______
Se meu coração fosse motor
Que move-se o teu _______
Eu viveria tão feliz
Nunca iria eu ________
Se esta força de lutar
Fosse vitória nessa _______
Eu seria rei do teu amor
E percorreria toda ______