terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Morte


Morte tão sorrateira
Vens e levas em ti
A vida, breve, derradeira
Que já não se encontra aqui
Não poupas novos nem velhos
Nem os ricos podem comprar
A vida eterna não existe
Todas vireis em fim buscar
Tua vontade ninguém quer
Poucos te chamam antes da hora
A quem nunca queira que chegues
Mas sempre chegas sem demora
Ceifas de um sopro a imensidão
Com a rapidez de uma lança
Ninguém denota tua chegada
És por vezes sinal de vingança
Deixas perdida tanta gente
Num abandono de tal chorar
Não tens piedade de quem fica
Nem de quem não quer ficar
Nem a cor nem os elos
Fazem que pares ou detenhas
Levas de formas diversas
A tua função bem empenhas
Chegas em solidão
Ou em quantidade insensata 
Tantos morreram abandonados
Ou na guerra que desata
A dar-te a ti trabalho
Levando tantos de monte
Nessa altura o escoar das almas
É do céu uma fonte.

H.N

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