quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Vendaval

Qual vendaval que extrai 
Do chão a árvore mais expansiva 
Que sem marcas de idade
Entre murmúrios de irrealidade
Numa sonoridade alusiva 
De um sentir que se desvai

E sem perceber a razão
Deste vento que leva tudo
Numa fria realidade
Entre a crua impiedade
Levando num som mudo
A própria alma em coração

E assim penteia as encostas
E molda a sua passagem
Um mundo ao seu prazer
Mas quem poderia dizer
Que tal tormenta era aragem 
E de sentimentos eram compostas

As ventanias que me abalam 
E que tiram de mim sentido
E sem dar pelos acontecimentos
As brisas viram tormentos
E tudo fica despido
Nas correntes que embalam.

Embalam o arvoredo  
Num embalar sem igual
E quem diria que era vento
Esse que em ressentimento
Colocou um final
A este louco enredo.

H.N


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