segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Brecha



Entre brechas abertas
Passa um pouco do nada
Que chega quando a noite 
É vencida pela madrugada

As brechas pelas quais
Já nunca pude ver o mar
Mas que lá ás vezes
Consigo compreender um luar

Esses pequenos horizontes
Pelos quais entra a claridade
No meu estar de demência
Num refúgio de crueldade

Onde ouço alguém passar
Onde sinto algo correr
Vendo uma silhueta
Enquanto tento adormecer

São as brechas de mim
Por onde posso ainda ver
A lonjura desta voz
Que me tenta socorrer

H.N

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