sábado, 28 de junho de 2014

Tormenta


A tormenta que em ventos e chuva
Embala a incerteza e a desolação
Nunca abandona por completo
A voz de quem desgarra a alma
Expondo seu sentido completo
Numa perfumada sentença

Assim é a lonjura de estar aqui
Assim é a tempestade em mar agreste
Que afronto a dor por fim
Espalhando pelo mundo a peste

Uma peste de dor física
Mas que apodrece a alma e o sentir
Uma crua sensação de estar em frio
Uma avultosa persistência de viver
Que já não tem nome de chamar
Nem migalhas de prazer

E assim chovem cântaros de abandono
Numa cair de penhasco profundo
Enquanto te invade o incapaz sono
Neste letárgico e entorpecido mundo 

H.N

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