terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Crónicas de um doido: Amizade

Amigos!


Os amigos são por definição, pessoas com as quais tens um relacionamento

afectivo. Pessoas que podem tornar-se importantes, e que te podem apoiar nos

momentos mais difíceis, aquele que te aceita tal como és, tal como pensas e lidas

com a vida. Os amigos normalmente não têm qualquer laço parental ou familiar,

mas mesmo sem existir esse laço, que existe desde o nascimento, eles estão ali,

ao teu lado. Estão ao teu lado nas horas boas e más, em todos os momentos. Isto

seria uma definição de amigo. É claro que amigo, não significa estar sempre ao

teu lado, significa que a pessoa mesmo estando longe se lembra de ti ou fala de

ti como se estivessem juntos, que se lembra das datas importantes. Não é

necessário estar sempre contigo ou contactar-te a toda hora, mas sim, ser

aquele que quando estás em baixo dá-te uma palavra de consolo, quanto estás

doente manda um cartão ou uma mensagem de melhoras. Aquele que fala contigo

quando estás sozinho e foste abandonado pelos falsos amigos. É claro que nem

sempre sabemos como os nossos amigos estão, como se sentem e o que acontece com

eles, mas basta que por vezes tentemos saber deles. Sabemos que durante a nossa

vida por vezes falta tempo, mas por vezes temos que tirar tempo para as

pequenas coisas, como um olá a um amigo, mantendo assim acesa a amizade.

Esta seria a visão perfeita, mas o amigo ideal e perfeito não existe,

pois temos de nos contentar com os que existem, uns mais perfeitos que outros,

mais ou menos atenciosos. Temos aqueles que se lembram de ti muitas vezes, e

aqueles que se lembram de ti uma vez ao ano. Os que se lembram de ti quando

precisam de ti, quando precisam de um favor e os que se lembram de ti quando

não podes estar perto. No mundo das amizades existem tantos exemplos que é

difícil saber quando se pode considerar que uma pessoa é tua amiga ou apenas um

colega de trabalho. Por vezes as amizades são meras alianças estratégicas ou

apenas relações oportunistas. Parece que algumas amizades dependem do que temos

para dar, os bens económicos que possuímos, os amigos influentes que já temos,

ou nossa própria influência num determinado meio. Outras amizades ainda que

raras, dependem de sentimentos mais profundos e interiores, sentimentos de

irmandade e respeito. Estas são as amizades mais puras, que persistem pela vida

fora, mesmo quando a geografia os separa. Essas amizades são difíceis de

encontrar, mas cada um de nós, pelo menos uma vez na vida cruza-se com um bom

amigo, tocando agora a cada um de nós manter essas amizades. A falha nas

amizades não dependem só dos outros, mas dependem também das nossas atitudes,

depende também de sermos nós a dar o braço a torcer. Depende de seres tu a

contactar primeiro os teus amigos, em vez de esperares que te contactem. Temos

de ser nós por vezes a dar o primeiro passo para perpetuar uma amizade. Mas

mesmo sendo tu a dares o primeiro passo existem amizades sem futuro, estas

amizades sugam-te a alma, fazem-te mal, trazem preocupações desnecessárias, e

mesmo que tudo faças não consegues salvá-las e estas morrem, e depois descobres

que muito tempo jogaste fora a dar importância a uma pessoa que não merecia

nenhum esforço. Percebes que investiste numa amizade sem frutos, mas tens de

pensar que tudo na vida tem um significado e uma razão, pelo menos fica uma

experiência que te torna mais forte e mais sábio, e é isto que faz de nós

humanos. Como dizia alguém, “as amizades são como as rosas, têm de ser regadas

e cuidadas senão elas murcham e morrem”.



Hector Nunes


27 de Julho de 2011


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