terça-feira, 1 de abril de 2014

Blasfémia e desordem


Libertação, blasfémia, desordem
Gritos tirados de um fundo sem fundo
Num sentido de não saber bem como
Nem querer explicações do acontecido
Quer seguir em frente sem correntes
Para cortar os elos de ligação
Para estar de aprisionamentos despido
E não voltar a aceitar coisas inúteis
Sem voltar a sacrificar sua estrada
Onde caíram dilacerados corações
Onde muitos sofreram pelas incapacidades
Onde a imaturidade transformou em pó
O quadro das cruzadas realidades
E mortas, putrefactas e voláteis
As vontades de seguir foram esvaindo
E sem nexo e sem raízes
Foi secando a árvore das verdades
Vergadas, torcidas e sem sustentação
São as ramas que vão impedindo
Que esta desgraça, este tormento
Fique exposto à luz do dia
E assim, vão escondendo e fugindo
Os ratos da incompreensível corrupção
Que envenenam qual cobras
As almas sombrias e podres
Que se deixam ficar na ilusão
De um dia tudo vir a passar
E de o amor, a felicidade e a razão
Voltarem a reinar neste mundo de ogres
Mas a quem se erga, e liberte
Uma alma de esperança e luz
Que poderá ser o guia que encaminhe
Estes restos de gente
Ao caminho da saída. 

H.N

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