domingo, 8 de junho de 2014

Castanho


Sou feito de mar e vento
De poesia e sentimento
Da salgada areia deste mar
Da claridade que emana o luar
Sou pluma que cai do céu
Sou como a neblina um véu
De um corpo de tempestade
Entre gotas de irrealidade
Que correm do rio até à foz
Para desfazer-se em voz
Que me chama lentamente
E me fala qual demente
De histórias que não sei
De algo que nem aceitei
Mas assim sou eu em lume
Que arde até ao cume
E à noite encontro inspiração
Que qual crente religião
Enche meu ser de esperança
E de artes da velha herança
E em força continuo a olhar
Com olhos de horizonte e mar
Tudo o que está à minha volta
Sem sentido ingrato de revolta
E sinto que enconro a comunhão
Desfulhando flores na imensidão
Sentado no alto do monte
Enquanto os pássaros bebem na fonte
E continuo neste meu sentido estranho
De viver neste mundo castanho.

H.N 


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